Doutores da Alegria -Mais que uma lição de vida,uma lição de que podemos mudar a Vida com alegria

16/06/2011 0 comentários



Doutores da Alegria









Doutores da Alegria é uma ONG que tem como missão levar alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde, através da arte do palhaço, nutrindo esta forma de expressão como meio de enriquecimento da experiência humana. Cerca de 75 mil visitas por ano são feitas a crianças internadas em hospitais de São PauloRio de JaneiroRecife e Belo Horizonte.
Mantida pelo apoio de empresas e pessoas físicas na forma de patrocínio, parceria e associação, a organização foi pioneira na introdução do teatro em um quarto de hospital. O trabalho dos Doutores da Alegria foi incluído duas vezes pela Divisão Habitat da ONU entre as melhores práticas globais.
Desde 1991, quando o Doutores da Alegria foi fundado em São Paulo por Wellington Nogueira, ator, palhaço e hoje Coordenador Geral da organização, os seus palhaços já visitaram mais de 550 mil crianças e adolescentes hospitalizados, atingindo também cerca de 600 mil familiares, e envolvendo mais de 13 mil profissionais de saúde.


Hoje, a organização conta com uma equipe de mais de 20 funcionários e colaboradores nas áreas de pesquisa, formação, gestão, administração e mobilização, e cerca de 60 artistas que atuam em dezoito hospitais. Desses artistas, onze participam também da gestão da ONG.
Além do pioneirismo no país com o trabalho nos hospitais, a organização também é precursora no que se refere à sistematização e difusão do conhecimento obtido neste trabalho, ao estudo das relações entre arte e ciência e do universo do palhaço como um todo.
Assim, os Doutores da Alegria têm hoje cursos e publicações que atingem um público amplo que vai de jovens aprendizes a estudantes universitários e empresários, além de espetáculos adultos e infantis e palestras para empresas e escolas onde se evidencia o poder da criatividade e da alegria como força transformadora de obstáculos em recursos.
A ação no hospital inspirou a criação da Escola de Palhaços, que oferece cursos para públicos diversos com conteúdo, formato e carga horária variados nas cidades onde os Doutores da Alegria estão sediados. A Escola oferece cursos pagos e programas de formação gratuitos. Todo o eventual lucro gerado pelos cursos pagos da Escola é direcionado à manutenção de nossas ações sociais, que incluem os programas de formação gratuitos. Inscreva-se.
Siga os Doutores no FacebookTwitterYoutube e blog. Aproveite também para dar uma olhadinha na loja virtual.

















Em 2005 entrevista dada a Isto É Gente


Aos 6 anos, Wellington Nogueira sonhava com a “carreira” de sorveteiro, porque adorava tomar sorvete. Pouco depois, empolgado pela leitura de gibis, quis ser jornaleiro. “Meus pais mandavam eu ir dormir, mas eu pegava uma lanterna e lia debaixo da cama”, conta ele. Paulistano, primogênito de uma funcionária pública e um corretor de imóveis que o levava ao aeroporto, aos domingos, para ver aviões pousar e decolar, Wellington também quis ser aviador. Nas suas brincadeiras pueris, porém, ele encenava pequenos espetáculos com amigos pelas garagens, áreas de serviço e fundos de quintais da vizinhança. “Achava o Batman, o Super-Homem, legais. Mas meus grandes heróis eram Os Três Patetas, Pernalonga, Pica-Pau, Renato Aragão, Costinha, Ronald Golias. Os caras que faziam rir”, conta, hoje, aos 44 anos.
Um belo dia, passeando no fusquinha azul da família, soube que o pai não se tornou médico por falta de dinheiro para pagar os estudos. Cresceu com essa meta. Só que numa noite, aos 22, quando deixava o cursinho onde teatralizava as aulas de inglês que ministrava à moçada, Wellington, um cara “nações unidas” que se relacionava com todas as tribos, sofreu uma tentativa de assalto. “Chorei e percebi que a vida me deu uma chance.”
E ele a agarrou, depois que uma amiga, na mesma noite, ligou convidando-o para estudar teatro em Nova York. “Meu sonho era ser um ator completo, que cantasse, dançasse e representasse.” Conseguiu. Em oito anos nos Estados Unidos, formou-se na Academia Americana de Teatro Dramático e Musical de Nova York, encenou musicais, atuou em filme. De volta ao Brasil, em 1991, engatou dois casamentos – com a cineasta Mara Mourão, com
quem tem Téo, 6, e com a ONG Doutores da Alegria – e passou a ganhar a vida como Besteirologista com PhD em Bobagem. Traduzindo: palhaço.
A organização Doutores da Alegria, fundada e integrada por Wellington, leva há 14 anos o trabalho de artistas profissionais e especializados na arte do palhaço, em técnicas circenses, mágica e música, para 11 hospitais no País. Os 34 palhaços já visitaram 400 mil crianças e adolescentes. Parte dessa história está sendo contada nos cinemas pelo documentário Doutores da Alegria, dirigido pela sua esposa, Mara.
Já Wellington conta como o sorveteiro, jornaleiro, aviador e médico em potencial transformou-se em palhaço:
Como foi dizer aos pais que virou palhaço?
De férias no Brasil, ouvi da minha mãe: “Palhaço? Em hospital?
Mas, meu filho, e Shakespeare? E o teatro musical, você que
canta tão bem?”. No dia que eu retornaria para NY, quando fechava a mala, minha mãe falou: “Me mostra suas roupas de palhaço. Você tem coragem de usar isso? Isso não é figurino, é trapo!”. Um mês depois, chega, em NY, uma caixa com uma roupa de palhaço que ela havia feito. Hoje, tenho uma série de roupas de palhaço feitas pela minha mãe.
Como se descobriu palhaço?
Uma das primeiras aulas que fiz em Nova York foi sobre técnicas de palhaço. Achei estranho. Lá, era o único brasileiro, um bicho estranho, mas na aula fazia o povo rir. Meu potencial cômico me deu uma identidade. Eu queria ser um ator famoso, queria Oscar, Tony.
Em 1988, uma amiga ligou precisando de um palhaço para trabalhar em hospitais.
Como foi sua estréia?
Visitei três quartos. No último, um menino estava preso na cama, com gesso da cintura pra baixo. No final, ele me disse: “Doutor, tô me sentindo bem mais leve”. Ali foi o divisor de águas da minha vida. Foi arrebatador ver o meu ofício tocar a vida de uma pessoa e fazer essa pessoa tocar a minha.
Quantos anos trabalhou em hospitais dos Estados Unidos?
Três. Aí, meu pai ficou doente em estado terminal no Brasil. Quando soube que havia tido um derrame e estava na UTI, eu queria estar ao seu lado. Voltei para o Brasil de vez. Quando chego no Incor, meu pai já tinha falado para as enfermeiras que eu era palhaço e trabalhava em hospitais. Ele estava deitado, com o lado esquerdo paralisado. Dei-lhe um abraço e ele disse: “Meu filho! Olha, eu já estou rifado. Mas eu já falei com a chefe da enfermagem, tem um monte de criança aqui, eu quero que você trabalhe com elas. Você trouxe suas roupas?”. Esse era meu pai! Fiz um dia de trabalho lá e me dei conta que ele se traduzia para o português. Meu pai saiu do hospital duas semanas depois e durou mais nove meses. Depois que faleceu, comecei a implantar o sistema no País.
Seu filho já o viu atuando?
Já me viu no palco como palhaço. E já me disse: “Eu gosto do que você faz, mas não quero ser ator”. Ele disse que quer ser cientista. Hoje, atuo muito menos como palhaço. A última vez foi em, julho, no hospital onde comecei a trabalhar, em Nova York. Foi como voltar e dizer: “Minha família, tá aqui o que eu fiz nos últimos 14 anos.

0 comentários:

Postar um comentário