Virtudes

14/08/2009 0 comentários
Por vezes na vida, passamos por experiências de muita importância para o nosso crescimento interior, talvez determinante.
E sentimos uma sensação quase surrealista, o qual as vezes vem acompanhada,
revestida por uma paz serena ou sentimento de culpa , mas envolta no sentido de clara consciência do que esta ocorrendo.
E de certo modo só nos damos conta apos a ocorrência do fato, e por alguma razão não nos permitimos ,
a oportunidade de laborar com as ferramentas adequadas a nossa pedra.
. . .e um desses momentos pode acontecer quando perdemos a oportunidade de praticar a SOLIDARIEDADE.
Devemos reconhecer que somos apenas seres imperfeitos.
É preciso refletir como pessoa, sobre o fruto do que já fomos ; e o que viremos a ser,
e o fruto que seremos dependerá da escolha do modo como vamos trilhar este caminho,
de como saber conduzir este percurso interno dentro de nós.
. . .dessa experiência , vale apenas a individualidade de cada um; A minha essência, o que há de mais puro em mim, o meu eu interior.
Aquilo que, em mim, me distingue e simultaneamente me identifica e une com o restante universo.
Esse meu núcleo, mero elo de corrente, pedra bruta, que me compete trabalhar,
como obreiro que sou, tal como todos os meus semelhantes, a serviço da evolução.
E percebo agora que os contornos das situações com que nos deparamos,
que nos arrancam do apático conforto dos nossos desertos interiores e assim nos desafiam,
não são mais do que as ferramentas que, volta e meia,
nos são generosamente disponibilizadas para desbastar essa nossa pedra,
para tentar aproximar um pouco mais do seu destino final, a Pedra Polida .Quantas vezes não confundimos os meios com os fins ,
ou seja, as ferramentas com a pedra e desperdiçamos dessa forma a oportunidade de a polir.
E como sempre acontece nessas situações, como a pedra tem de ser trabalhada de alguma forma,
quando nós não a trabalhamos, somos trabalhados por ela,
de uma forma muito mais dolorosa, muito mais corrosiva, muito mais inconsciente.
Aquilo que não nos permitimos serena e conscientemente aprender, a vida encarrega-se de nos ensinar de outras formas.E é preciso ter a consciência que uma vez disponibilizadas as ferramentas essenciais e que estas não são um fim em si mesmas, mas apenas um meio.
Não é importante o que vai acontecer às ferramentas,
importante é a forma como estas vão ser utilizadas sobre a pedra.
Ou sobre as várias pedras, . . .
o importante é não desperdiçarmos a oportunidade de trabalhar consciente e compassadamente a sua própria pedra. Que percorramos todos este caminho com força, beleza e sabedoria.
E que dai saiam pedras com contornos mais harmoniosos, de formas mais equilibradas,
serenamente esquadrinhadas, ternamente polidas.A oportunidade é, para isso,. . . justa e perfeita.
Todos procuramos a liberdade, e encontrar a leveza do ser.No solo das antigas catedrais góticas via-se um grande numero de círculos concêntricos
formando labirintos que iam desde o centro à periferia e da periferia ao centro.
Muito se tem falado sobre os labirintos, em Creta foi encontrado um e chamaram-lhe "Absolim " ou Absoluto
que era o termo utilizado pelos alquimistas medievais para designarem a pedra filosofal.
No centro encontrava-se sempre um minotauro e fala-se na tradição grega que Teseu conseguiu vence-lo .Nós também andamos perdidos no nosso próprio labirinto, sem sabermos muito bem qual o caminho a tomar,
como Teseu também devemos vencer o nosso minotauro os estados inumanos que trazemos no nosso interior ,
e como Teseu também necessitamos do fio de Adriane que nos indica a aranha,
símbolo da alma que tece incessantemente o tear do destino.Devemos vencer os nossos medos, inseguranças, orgulho, ira, enfim tentar ser mais generosos,
abrirmo-nos aos outros, assim com o coração mais leve, quem sabe... se o nosso labirinto frio e escuro aos poucos vá se transformando.

"PAX VOBIS"FraternalmentePaulo Preti

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