No próximo dia 26/07/09 estaremos comemorando o nosso 3º ano de trabalhos espirituais com animais, e os resultados são animadores, apesar das críticas constantes daqueles que não aceitam a ideia de que animais merecem essas atenções da Espiritualidade e se beneficiam da boa vontade dos Espíritos.
Assim como toda ideia nova sofre resistência, esta não poderia ser diferente. Houve desde o início resistência dentro do movimento espírita, principalmente porque no tratamento há imposição de mãos, tal como se faz com as pessoas. As pessoas contrárias à ideia de tratar animais em centros espíritas são vítimas do sentimento de orgulho, que não admite que seres considerados, até pouco tempo, como irracionais sejam tratados como o são os humanos. Entretanto, não levam em consideração que Deus não privilegia nenhum de seus filhos, e não daria aos humanos o privilégio de uma assistência espiritual para lhes aliviar algum sofrimento em detrimento dos animais, que são nossos irmãos. Digo que são nossos irmãos porque são filhos do mesmo Pai. Quem já teve oportunidade de ler a Codificação Espírita encontrará textos que dizem que fomos criados simples e ignorantes e evoluímos desde o átomo até o arcanjo. Como evoluir do átomo ao arcanjo sem passar pela fase de animalidade? As pessoas contrárias aos tratamentos espirituais em animais não levam em consideração os resultados nem o consolo preconizado pelo Espiritismo. Pois, embora os animais não entendam integralmente o que lhes acontece, as pessoas que se preocupam com eles sentem-se aliviadas também quando o sofrimento de seus amigos animais minora. Entre os espiritualistas encontramos mais apoio do que dentro do próprio movimento espírita. Parece estranho, mas é a realidade, e é possível que aconteça algo de que talvez o movimento se arrependa depois, isto é, eu creio que outras doutrinas possam vir a acolher o tratamento espiritual aos animais enquanto algumas pessoas do movimento espírita se distraem com seu orgulho. Sabemos que não importa quem trabalhará com eles, os animais, a fim de lhes aliviar o sofrimento, mas seria interessante que o Espiritismo fizesse isso, uma vez que a iniciativa partiu de dentro do movimento espírita. Mas percebo que aos poucos a resistência está cedendo. Ha instituições que abominavam nossos livros, agindo como se fossem a Igreja de outrora. Isso me dava a impressão de que se recriaria o Index proibitorum. Exageros à parte percebo que logo as coisas devem mudar para melhor.
A mais interessante e a mais comentada é a que se refere à cadelinha Natasha, porque foi a primeira que se sobressaiu e chamou a atenção das autoridades científicas para o fato das curas espirituais. Natasha foi encontrada abandonada, com diversas enfermidades, incluindo um câncer, que, segundo um professor de uma universidade importante de São Paulo, não lhe permitiria uma sobrevida de mais de uma semana. O animal se curou do câncer (há comprovação laboratorial) em 3 meses, e viveu ainda mais um ano, quando morreu repentinamente, sem estar doente. Acho que era sua missão chamar a atenção da ciência. Assim como a história dela há inúmeras outras interessantes, como a de uma cadelinha que, também indicada para eutanásia, se recuperou da paraplegia e andou, contrariando todas as expectativas médicas. Poderíamos ficar horas relatando casos.
Apesar de o assunto não ser novo, isto é – o assunto “espiritualidade dos animais” não é novo – as pessoas o encaram dessa forma porque os animais são considerados seres de segunda categoria. Ainda assim, creio que a consciência em relação a eles, no que se refere a serem nossos irmãos, está alcançando patamares mais elevados em menos tempo do que aconteceu, por exemplo, com as mulheres, negros e escravos, que eram considerados seres de segunda categoria e, portanto, descartáveis. Em 1866, Kardec precisou publicar um artigo na Revista Espírita para explicar que as mulheres e os negros tinham alma, assim como qualquer homem branco. Os negros e as mulheres ainda eram considerados como se fossem animais, e os animais eram considerados como objetos (ainda são assim considerados legalmente). Não é triste saber disso? Entretanto, as pessoas, apesar dos pesares, começam a perceber as coisas, pois a própria ciência está demonstrando que os animais não são tão diferentes de nós como pensávamos. O DNA dos chimpanzés é apenas 1,2% a menor que o nosso. As seis barreiras que nos separavam dos animais a ponto de considerá-los irracionais se romperam, pois se sabe, hoje, que os animais pensam, sentem e são conscientes quanto ao que acontece ao seu redor. Eles transmitem cultura aos seus descendentes. Além disso, a ciência mostrou que eles captam nossos pensamentos por telepatia. Imagine o sofrimento de um animal que está prestes a ser abatido, ao ler o pensamento de seu algoz. Creio que em breve a ciência – e não a doutrina ou as doutrinas espiritualistas – promoverá os animais a ponto de considerar que eles merecem o melhor de nós, e que deveríamos cuidar deles como irmãos mais velhos que somos, e não explorá-los como mercadorias.
A alma do animal é semelhante a qualquer outra, de qualquer outro ser do Universo. Nada nos diferencia desses espíritos, que hoje estagiam na fase de animalidade, exceto pelo fato de que temos consciência de Deus e eles ainda não a têm. Mas somos todos espíritos em evolução. Poderíamos fazer uma comparação com os estudantes: nós somos aqueles que estão no curso superior (no meio do curso, pois ainda falta muito para nos formarmos), enquanto esses outros espíritos – hoje na fase de animais – estão talvez no curso médio. Os vegetais, talvez no curso básico; e os minerais, no “prezinho”. Um dia seremos arcanjos, e os outros seguirão os mesmos caminhos que nós. Se os auxiliarmos, estaremos não somente ajudando-os a evoluir, mas também a nós, pois estaremos pondo em prática o que aprendemos sobre caridade e amor ao próximo. Jesus disse para amarmos o nosso próximo, e os animais são nossos irmãos (filhos do mesmo Pai), e Gandhi disse que tudo o que vive é nosso irmão.
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