Ninguém é ninguém

14/10/2010 0 comentários
    Neste plano podemos estar intitulados como maridos, esposas, filhos, pais, mães, avós, amigos.. Mas somos muito mais que isso: somos o espírito que precisa viver essa experiência e crescer como ser de luz; quando pudermos entender que dentro de nós existe o "Eu", o indivíduo real, então ficará mais fácil compreender as pessoas que nos cercam, estão junto de nós, não por acaso, mas sim para crescerem conosco; é uma troca, uma escolha nossa feita bem antes de nascermos. portanto, precisamos entender porque muitas vezes passamos a vida acreditando que somente nos sentiremos felizes quando ou enquanto estivermos junto dessas pessoas, caso contrário jamais poderemos ser inteiramente felizes, completamente realizados ou que nossa existência não terá sentido algum se estivermos materialmente longe destas pessoas.

   Isso não é exatamente uma verdade. O fato é que amar é um privilégio e uma oportunidade maravilhosa de nos tornarmos pessoas mais evoluídas e satisfeitas. Mas não podemos nos esquecer que somos seres absolutamente completos, nascemos dotados de todas as capacidades necessárias para sermos felizes, independentemente de com quem estamos, onde e quando estamos...
   A felicidade é uma escolha pessoal, um dom que desabrocha de dentro de cada um, um exercício diário, uma busca que se faz só. Viemos ao mundo para uma missão que só pode ser realizada por nós mesmos e por isso nascemos únicos, singulares e individuais.
   As pessoas com quem nos relacionamos, as que escolhemos para amar são nossas companheiras de jornada, são presentes e facilitadores que Deus nos enviou para tornar nossa caminhada mais leve e prazerosa. Mas não são, nunca, de forma alguma, a nossa felicidade, a nossa realização, a essência de nossa vida e é sobre isso que precisamos ter entendimento e aceitação, de que nem sempre poderemos estar do lado daquela pessoa que é a nossa razão de viver.
   A maioria das vezes, esse sentimento de "amor" possessivo, nos faz confundirmos o que somos com o que o outro é. Atribuímos a nossa felicidade e a nossa razão de existir ao outro e perdemos a referência de nosso real valor.
   Assim, passamos a acreditar que sem o outro não poderíamos nos sentir tão bem, que sem o outro toda a beleza e toda a alegria estariam perdidas, como se tudo de bom não existisse, mas esquecemos que antes de tudo em qualquer outro lugar existe essa felicidade sim e ela está dentro de nós mesmos!
   É isso: tudo o que somos, sentimos e vemos, tudo o que entendemos como mundo é reflexo do que temos dentro de nós mesmos. Assim, se somos felizes ao lado de alguém que amamos é porque nos tornamos capazes de sentir felicidade e de amar. E se somos tristes e insatisfeitos, também é porque estamos exercendo nossa capacidade de sentir tristeza e de não nos satisfazermos com o que temos.
   Dessa forma, creio que está mais do que na hora de compreendermos que podemos, sim, nos tornar melhores através do amor que trocamos com alguém, mas que não é o outro que nos faz melhores e sim nós mesmos que nos permitimos crescer e ser melhor.
   Ninguém é de ninguém porque não somos donos de ninguém. Somos seres eternamente ímpares. E é o que cultivamos e alimentamos em nós, que nos faz sermos como somos. A única pessoa que temos e por quem realmente somos responsáveis é a nós mesmos.
   Portanto, sugiro que você comece a se "apropriar" da sua felicidade como mérito seu, assim como de suas tristezas e insatisfações. E a partir de então, poderá abrir mão das pessoas, desapegar-se, compreender que o amor que você sente por alguém não torna esse alguém seu, mas apenas um companheiro de aprendizagem e de importantes descobertas.
   E na mesma medida, poderá exercer todos os seus dons e suas capacidades a fim de tornar a sua vida e a das pessoas que caminharem ao seu lado pela longa estrada da vida muito melhor, mais inteira e, sem dúvida, mais verdadeira!


Juliana : 19 Ago 2006


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